sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Poema Matemático


Um Quociente apaixonou-se Um dia Doidamente Por uma Incógnita.

Olhou-a com seu olhar inumerável E viu-a, do Ápice à Base...

Uma Figura Ímpar; Olhos rombóides, boca trapezóide, Corpo ortogonal, seios esferóides.

Fez da sua Uma vida Paralela à dela. Até que se encontraram No Infinito.

"Quem és tu?" indagou ele.

Com ânsia radical.

"Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode chamar-me Hipotenusa."

E de falarem descobriram que eram O que, em aritmética, corresponde A alma irmãs Primos-entre-si.

E assim se amaram Ao quadrado da velocidade da luz.

Numa sexta potenciaçãoTraçando Ao sabor do momento E da paixão Rectas, curvas, círculos e linhas sinusoidais.

Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas E os exegetas do Universo Finito.

Romperam convenções newtonianase pitagóricas. E, enfim, resolveram casar-se. Constituir um lar. Mais que um lar. Uma Perpendicular.

Convidaram para padrinhos O Poliedro e a Bissectriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro Sonhando com uma felicidadeI ntegral E diferencial.

E casaram-se e tiveram uma secante e três cones Muito engraçadinhos. E foram felizes Até àquele dia Em que tudo, afinal, se torna monotonia.

Foi então que surgiu O Máximo Divisor Comum...Frequentador de Círculos Concêntricos.Viciosos.

Ofereceu-lhe, a ela, Uma Grandeza Absoluta, E reduziu-a a um Denominador Comum.

Ele, Quociente, percebeu Que com ela não formava mais Um Todo. Uma Unidade.

Era o Triângulo, chamado amoroso. E desse problema ela era a fracção Mais ordinária.

Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade.

E tudo que era espúrio passou a ser Moralidade Como aliás, em qualquerSociedade.


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