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Mau tempo no Baixo Alentejo
Perdida metade da azeitona dos olivais tradicionais
21:16, sexta-feira, 15 de Janeiro de 2010
Mais de metade da produção de azeitona dos olivais tradicionais do Baixo Alentejo, em que a apanha só ocorre após o Natal, poderá estar perdida devido ao mau tempo, admitiram representantes dos agricultores. Desde que as chuvas torrenciais e os ventos fortes começaram, em meados de Dezembro, «tem sido impossível fazer apanha nos olivais e a azeitona tem caído no chão, onde está a estragar-se há um mês», disse hoje à agência Lusa o presidente da Associação de Agricultores do Concelho de Serpa (AACS), Sebastião Rodrigues.
«Há muita azeitona caída no chão que não tem sido apanhada e, em alguns casos, não poderá ser apanhada tão cedo, porque os olivais estão alagados e é difícil, senão impossível, lá entrar para a apanha», explicou o também agricultor e vogal da direcção da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP). «Mais de metade da produção» no Baixo Alentejo «poderá estar perdida», estimou Sebastião Rodrigues, corroborado pelo presidente da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches, Aníbal Martins.
Os olivais tradicionais da Margem Esquerda do Guadiana, sobretudo nos concelhos de Serpa, Moura e Barrancos, «foram os mais afectados, porque são os que têm variedades de azeitona que se apanham mais tarde», disse Aníbal Martins.
«Há agricultores que já desistiram de apanhar a azeitona do chão. Já não é rentável», porque «o preço da azeitona, que terá menor qualidade, não compensa os custos da apanha», justificou Sebastião Rodrigues.
«Mesmo que venha a ser apanhada, o preço de venda da azeitona vai ser muito baixo, porque terá uma qualidade inferior e como destino a refinação e a produção de um azeite de inferior ou má qualidade», explicou Aníbal Martins.
O mau tempo afectou sobretudo a produção dos olivais tradicionais, onde, «normalmente, até ao Natal, só se consegue apanhar menos de 50 por cento da azeitona», explicou Aníbal Martins. A apanha nos olivais tradicionais, explicou, «demora mais tempo, porque é feita à mão e através de varejo», e as variedades de azeitona «são de apanha mais tardia».
As intempéries «não afectaram tanto» a produção dos olivais intensivos do Baixo Alentejo, a maioria propriedade de agricultores espanhóis, porque nestes «a apanha, por ser mecanizada, é mais rápida e, normalmente, até ao Natal, entre 80 a 90 por cento da azeitona já está apanhada», explicou Aníbal Martins.
«Os agricultores estavam animados. Havia a expectativa de um ano olivícola fabuloso, com muita azeitona e de qualidade invejável, mas o mau tempo pregou-nos uma partida», lamentou Sebastião Rodrigues, frisando que «a situação é complicada».
Sebastião Rodrigues já falou com o ministro da Agricultura, António Serrano, que «ficou de agendar uma reunião» com a AACS para «avaliar a situação e tentar arranjar formas de minimizar os prejuízos». Entretanto, e com o mesmo objectivo, disse Sebastião Rodrigues, a AACS já tem uma reunião agendada, para o início de Fevereiro, com o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro.
(In «Alentejo Popular»)
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