segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Ó Fernanda! Canse-o!





Requerimento a Fernanda Câncio ("namorada"? do nosso PM!),
- poeta não titular

Ó Fernanda! Canse-o!
Ó Fernanda, dado
que já estou cansado
do ar teatral
a que ele equivale em todo o horário
de cada canal,
no noticiário, no telejornal,
ligando-se ao povo,
do qual ele se afasta,
gastando de novo a fala já gasta
e a pôr agastado quem muito se agasta
por ser enganado.
Ó Fernanda, dado que é tempo de basta,
que já estou cansado do excesso de carga,
do excesso de banda,
da banda que é larga,
da gente que é branda,
da frase que é ópio,
do estilo que é próprio para a propaganda,
da falta de estudo,
do tudo que é zero,
dos logros a esmo
e do exagero que o nega a si mesmo,
do acto que é baço,
do sério que é escasso,
mantendo a mentira,
mantendo a vaidade,
negando a verdade,
que sempre enjoou,
nas pedras que atira,
mas sem que refira o caos que criou.
Ó Fernanda, dado que já estou cansado,
que falta paciência,
por ter suportado em exagerado
o que é aparência.
Ó Fernanda,
dado que já estou cansado,
ao fim e ao cabo,
das farsas que ele faz,
a querer que o diabo
me leve o que ele traz,
entenda o que eu digo:
Eu já estou cansado!
Sem aviso prévio,
ó Fernanda, prive-o de ser contestado!
Retire-o do Estado!
Torne-o bem privado!
Ó Fernanda, leve-o!
Traga-nos alívio!
Tenha-o só num pátio para o seu convívio!
Ó Fernanda, trate-o!
Ó Fernanda, amanse-o! Ó Fernanda, ate-o!
Ó Fernanda, canse-o!

(poeta não titular)

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